Por Anete Poll
[email protected]

Para começar bem o domingo, o bloco Bonde da Várzea foi para a rua, arrastando uma multidão colorida, por volta das 12h30min, saindo da concentração na Praça Coronel Pedro Osório, em frente ao Largo Edmar Fetter, no Mercado Público de Pelotas. A saída, marcada para às 11h, foi adiada em razão da chuva que caiu forte por volta das 12h. Mas a chuva não foi suficiente para fazer os foliões mudar de ideia. Ao contrário, a aglomeração aumentou.

Famílias inteiras participam deste bloco, que saiu pela primeira vez em 1965, e que é conhecido exatamente por agregar pessoas de todas as idades. As fantasias vão das mais simples até as mais elaboradas. O que vale é jogar com cores, brilhos, muita disposição e alegria.

Airton Marino de Souza Júnior, 35 anos, foi com o filho, com que dividiu a fantasia de Mário e Luigi (uma série de videogames RPG), a esposa e a sogra curtir o Bonde da Várzea. Eles decidiram participar deste festa há uns três anos. Airton, que é professor de arte, bailarino e ator, ressaltou que “o carnaval representa uma resistência da cultura popular. Eu acho que vale muito a gente preservar. É uma festa onde impera a alegria, um momento bacana, onde nos fantasiamos, brincamos de personagens e aproveitamos o dia”.

Andréia Silveira, de 37 anos, levou a filha, Helena, de seis anos, para mais um dia de folia com o Bonde da Várzea. “Não costumava vir ao Bonde, mas quando começou a função da Helena querer se fantasiar, resolvi trazer para o Bonde. Este grupo é muito divertido, todo mundo se fantasia e todo mundo se diverte”, salientou Andréia. Maria Clara Mendes, 24 anos, secretária, também aproveitou para levar a filha para se divertir. “Eu não costumo entrar no grupo, dentro das cordas. Prefiro ir com ela (a filha) pulando atrás do grupo, onde é mais tranquilo”, disse.

O Bonde da Várzea é um bloco carnavalesco que traz o tradicional desfile na terça-feira de Carnaval, na Praça Coronel Pedro Osório. Beto Gomes, um dos diretores do bloco, apontou que este surgiu na várzea de Pelotas, através do carnavalesco Wilson Seis Dedos, que foi homenageado antes da saída do bloco, não com um minuto de silêncio (porque ele não gostava, dizem os amigos) mas com um minuto de muito barulho. 

“É por causa dele que estamos aqui. Não visamos lucro. Queremos fazer carnaval para o público. É só por uma fantasia e vir. Todos vêm para brincar e é isso que queremos”, salientou. A estimativa dos organizadores é que cerca de 10 mil pessoas fizeram parte da folia este ano. “Somos os únicos neste horário e as pessoas gostam de passar por aqui, é saudável e temos crianças, idosos, todos brincando juntos”, finalizou Beto Gomes.